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Planner 2025R$60.00[ PRÉ-VENDA] [FRETE INCLUSO] Há vários anos, comprei uma camiseta de malha, amarela, com a estampa de dez óculos de escritores. Isso mesmo: dez homens, entre brasileiros e estrangeiros. Ou seja: passei anos pensando se quem pesquisou se lembrou que poderiam existir escritoras de óculos na paisagem. Embora eu adore minha camiseta e a use com alguma frequência (baixa, para não estragar rápido), essa ausência feminina me atazanou por muito tempo. E foi na oportunidade de propor o Planner 2025 da Impressões de Minas que resolvi fazer uma breve pesquisa para encontrar dez figuras da nossa literatura, todas consagradas, dos séculos XIX ao XXI, que usassem óculos. Porém, desta vez, quatro homens e seis mulheres. Ou melhor: andei interessada em seus óculos. Pesquisa feita, o Wallison Gontijo, artista visual, se incumbiu de ilustrar os óculos com base nas fotos reunidas. Pronto, está entregue. De quem serão estas armações? Óculos são interessantes porque, antes de itens do vestuário e até elemento de estilo, são uma prótese, um dispositivo que usamos para ver melhor, mais nítido, mais longe, mais perto ou o que exigir nossa deficiência. Ao contrário de outras próteses, ainda socialmente pouco aceitas, os óculos podem ser copiados, admirados e exibidos, faz tempo. É claro que cada escritor ou escritora pode ter usado várias armações diferentes ao longo da vida. É aí que entra a força do registro fotográfico. As fotos mais conhecidas e circulantes dessas personalidades, sacadas quando estavam de óculos, terminam por consagrar também o desenho, as lentes, o formato e um estilo – menos ou mais estável – do/a escritor/a fotografado/a. Para 2025, nosso Planner é um desafio iconográfico, uma brincadeira séria, uma reparação ao conjunto das escritoras de óculos e um voto para que possamos desenvolver nossas visões lá adiante, onde o futuro há de ser mais nitidamente melhor. (Texto de Ana Elisa Ribeiro) Concepção e pesquisa iconográfica e poética: Ana Elisa Ribeiro Textos biográficos: Carolina Vasconcelos Projeto Gráfico: Elza Silveira Diagramação: Impressões de Minas Ilustrações: Wallison Gontijo
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Amigos para sempre, de Leonardo
R$60.00R$50.00[ PRÉ-VENDA] [FRETE INCLUSO] “Amigos para sempre”, de Leonardo, é uma narrativa gráfica cheia de aventuras que apresenta a sagrada relação entre Jesus e sua cruz. A edição do livro foi feita em parceria com a editora Atrapalho. O cartunista Arnaldo Branco afirma, em seu texto de apresentação do livro: “Eu estou esperando este livro mais do que os cristãos esperam a segunda vinda de Jesus: o primeiro livro de cartuns do Leonardo. Quando eu era um moleque sonhando em ser cartunista (sonhar pequeno é mais barato) e me deparei com um desenho do Leo, fiquei com uma inveja fudida: quem é esse cara que mal estreou e já está no auge da forma? Imagina quando eu descobri que o filho da puta tinha dois anos a menos do que eu. Acho que ele nunca publicou um livro antes por pena de nós, seus contemporâneos. O Leo poderia ter estreado com sua tão adiada coletânea de cartuns desancando a polícia carioca, mas acho que ele prefere arrumar encrenca em escala global. É claro que esses desenhos poéticos sobre a bonita relação do filho de Deus com sua cruz vai atingir em cheio um punhado de almas sensíveis e despertar o ódio em uma caralhada de espíritos sem luz. Eles que se fodam. Bem-vindo, Leo, que idade (e que tempos) pra perder o cabaço, hein?” -
Todos nós sonhávamos em ser Carmen Miranda, de Kaio PhelipeR$60.00[FRETE INCLUSO] “Todos nós sonhávamos em ser Carmen Miranda", quarto livro do autor, “marca a segunda incursão de Kaio pelo universo de contos e, assim como em seu primeiro livro, temos uma cena dissidente de corpos que reivindicam novos modos de ser, sentir e estar no mundo. Além desse caráter eminentemente político da literatura desse jovem autor carioca, me chama a atenção, desde a leitura de seus primeiros livros, o modo como as posições de gênero e sexualidade reverberam também numa linguagem que marca na assinatura do autor sua importância na nova cena literária LGBTQIA+ no Brasil. Se por um lado, os dezesseis contos que compõem “Todos nós sonhávamos em ser Carmen Miranda” são escritos a partir de um lugar político muito intenso em que o enfrentamento das violências exercidas contra os corpos LGBTQIA+ pode ser pensado como uma das linhas de força dessa literatura, por outro lado, essa temática nunca é criada pelo autor sem uma reflexão do modo de dizer e defender a não-violência. Trata-se, portanto, de um livro de contos em que cada narrador possui uma dicção particular que revela, de algum modo, um lugar enunciativo que também é singular: são corpos que se enunciam a partir de recortes etários, sociais e filosóficos. Há uma multidão queer, para usar o termo de Paul B. Preciado, que grita por meio dessas narrativas curtas. E essa multiplicidade de modos de ser também é outro valor absoluto desse conjunto de contos.” (Texto de Luiz Lopes (@iluizlopes), doutor em Literatura Comparada pela UFMG e professor do POSLING/CEFET-MG).
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Amerika Amerika Amerika, de StêvzR$80.00[FRETE INCLUSO] “Amerika Amerika Amerika” é um poema-impresso que usa o mecanismo do anagrama para traçar a história de Maria, imigrante em chegada a uma nova terra de suposta fartura. Segundo Maria Clara Carneiro, que assina a quarta capa do livro, “O anagramático Stêvz bagunça as letras dessa Amerika – tanta coisa nesse nome. Do arame que barra, da arma apontada, da fortuna sonhada que veio curta, da eterna quimera”. As palavras desmembradas do texto de “Amerika Amerika Amerika” exigem a participação atenta de quem lê, em um procedimento que remete a obras históricas da poesia visual — como “Solida” (1956) de Wlademir Dias-Pino e “Sweethearts” (1967) de Emmett Williams — e que parte do slogan distópico “Ame a rica América e ria” para dar início ao jogo. Todos os versos do poema são construídos a partir das letras da palavra-título, e criam cenas imaginativas com o auxílio das duas cores da publicação cuidadosamente executada nas oficinas da Editora Impressões de Minas.
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Matéria sutil, de Rafael FaresR$60.00[FRETE INCLUSO] Escrito durante a pandemia e orbitado por uma poética da solitude em meio ao caos coletivo, a alegria e o desejo de vida não deixaram de ser evocados como sentimentos fundamentais à sobrevivência. Em “Matéria Sutil”, além de impressões constantes sobre a morte, o simples e ordinário foram condutores da poesia que acontecia dentro de um apartamento, na cidade de Belo Horizonte. Como o próprio autor define: “Um livro em preto e branco, íntimo, de quem observou a morte de frente nestes anos e reaprendeu o valor da vida”. Em “Matéria Sutil”, além de impressões constantes sobre a morte, o simples e ordinário foram condutores da poesia que acontecia dentro de um apartamento, na cidade de Belo Horizonte: “Reli e reescutei diversos livros e discos. Voltei pra mim como em um quadro preto e branco da memória. E ao ver o belo trabalho da Luiza Camisassa (ilustradora) com as linhas e as palavras, entendi que aquele seria um caminho estético para o livro. Juntamente com o trabalho de edição da Impressões de Minas, especialmente o olhar gráfico da Elza Silveira, fizemos esta edição que, entendo, caiu como uma luva para os poemas que foram compostos neste período pandêmico”. Para Thiago Thiago de Mello, que assina a orelha do livro: “Avesso aos consumismos banais da sociedade do espetáculo, o autor sabe que a verdadeira riqueza é a amizade: ela traz festa, nos dá abrigo e canção. Por isso, não rejeitar a vida ou simplesmente aceitá-la. Há que vivê-la, celebrá-la sem pudores, fora da perspectiva da lei e das promessas de um paraíso além”.
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Facão, de Raquel RavaniniR$60.00[FRETE INCLUSO] Como quem abre picadas pelo inconsciente, “Facão” desvenda paisagens internas e dá voz às perguntas surgidas nessas andanças, se aproximando e se afastando dos ruídos vindos de fora. Segundo a poeta e editora Lizandra, que assina o texto de quarta capa do livro, "Facão é ferramenta de cortar cabeças e desnecessariedades. Com a Raquel sempre foi assim: para fora, só o necessário. Para dentro, tudo isso que este seu primeiro livro de poemas traz. É dentro que ela habita (…), mas quem tem uma essência punk nesse dentro não fecha os olhos para o fora, e principalmente para o que está fora de ordem. Aqui, quem lê precisa atravessar a quarta parede e subir ao centro do palco para brincar também. Porque poesia é convite para, de dentro pra fora, levar-se menos a sério". O livro traz ilustrações de Jorge Arndt. Elas invocam cenas de introspecção, fazendo bailar com os poemas personagens em processo de mutação. A edição do texto e o projeto gráfico afiado, assinados por Elza Silveira são a fôrma desse “Facão”, forjado na materialidade do livro, na impressão do miolo em duas cores e no corte presente também na capa.
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Só quero saber do que pode dar certo: oitenta vozes vezes Torquato NetoR$98.80[FRETE INCLUSO] O livro, organizado por Tarso de Melo e Thiago E, reúne 80 poetas de várias gerações, e de todas as regiões do país, num abraço de vozes, versos e imagens através do tempo. Além da homenagem-diálogo com a explosiva escrita de Torquato, o resultado desse encontro é uma mostra significativa da poesia brasileira atual. E tem mais: em meio a belas fotografias da vida de Torquato, o livro apresenta também uma seleção de textos sobre sua trajetória e legado, assinados por grandes poetas que foram seus parceiros de geração. Poesias e textos de Adelaide Ivánova, Ademir Assunção, Adriane Garcia, Adriano Lobão Aragão, Ailton Krenak, Allan Jonnes, Ana Estaregui, Ana Martins Marques, André Vallias, Antônio Moura, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Bruna Mitrano, Carlos Orfeu, Chacal, Clarissa Macedo, Claudia Roquette-Pinto, Dalila Teles Veras, Daniel Arelli, Delmo Montenegro, Demetrios Galvão, Diogo Cardoso, Duda Machado, Edimilson de Almeida Pereira, Eduardo Sterzi, Eliane Potiguara, Elio Ferreira, Estrela Leminski, Fabiano Calixto, Fernanda Marra, Fernanda Paz, Fernanda Silva, Gabriel Archanjo, Ithalo, George Mendes, Izabela Leal, Joice Nunes, Julia Bac, Julia Rocha & Gustavo Galo, Júlia Studart, Juliana Krapp, Jussara Salazar, Laís Araruna de Aquino, Laís Romero, Laura Nogueira, Ledusha, Lenora de Barros, Leonardo Gandolfi, Leonardo Marona, Lucas Litrento, Luiza Cantanhêde, Makely Ka, Manoel Ricardo de Lima, Marcelino Freire, Marcelo Ariel, Márcia Xavier, Marília Garcia, Marleide Lins, Matheus Guménin Barreto, Maurício Pokemon, Michaela Schmaedel, Micheliny Verunschk, Mika Natália Agra, Nicolas Behr, Nina Rizzi, Paulo Ferraz, Paulo José Cunha, Paulo Leminski, Pedro Bomba, Prisca Agustoni, Renan Nuernberger, Renata Flávia, Reuben da Rocha, Reynaldo Damazio, Ricardo Aleixo, Rodrigo Lobo Damasceno, Sabrinna Alento Mourão, Salgado Maranhão, Sara Síntique, Sergia Alves, Sérgio Britto, Sergio Cohn, Sofia Mariutti, Tarso de Melo, Thiago E, Veronica Stigger, Waly Salomão. Projeto gráfico de Elza Silveira.
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Tudo o que me esperou na esquina, de Patrícia TanuriR$50.00[FRETE INCLUSO] “Tudo o que me esperou na esquina”, de Patrícia Tanuri, com ilustrações de Glória Celeste Rodrigues Tanuri, foi escrito durante a pandemia de COVID-19. O livro apresenta um mergulho nas memórias da autora, trazendo temas como os afetos e a infância, passado, presente e futuro, além de uma reflexão sobre o ser humano diante daquele contexto de vulnerabilidade da vida. Segundo Patrícia, “Tudo o que me esperou na esquina” evidencia uma mistura de fatos, cheiros, sabores e percepções, desvelando como as minhas lembranças me construíram, e me constituíram para fazer parte de um mundo em constante e contínua mudança”. Ana Elisa Ribeiro, que assina a orelha do livro, afirma: "São matéria da poesia de Patrícia: o tempo, incluindo a observação do envelhecimento, desde que também sem medo; a reflexão serena sobre a vida; o olhar para si e para os entes queridos, em especial a família e o cuidado; a memória, a infância e a maturidade. E é essa mulher madura que empresta seu tom aos textos que temos o prazer de ler aqui, isto é, uma mulher verdadeira, honesta consigo e com os outros, sem artifícios; uma mulher que se olha no espelho para classificar suas rugas, seus sorrisos, seus olhares e suas sombras, admitindo inseguranças e aprendizados. Mais de uma vez, esta voz poética se afirma: “o melhor de mim é ser mulher”. E assim como está aberta à vida, está disponível para o amor: “Todo amor é bússola”."
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Poema do fim do mundo, de Dante ChristófaroR$60.00[FRETE INCLUSO] "Poema do fim do mundo", de Dante Christófaro, apresenta um diálogo com outras obras de linguagens muito diferentes: faz uma conexão entre literatura, cinema e videogame, pulando do livro "Um Teste de Resistores" até o RPG "Disco Elysium", passando pelo filme "Marte Um". Em "Poema do fim do mundo" há uma relação com a produção de jogos digitais e ficção interativa, um dos interesses e áreas de atuação do autor. O projeto também inclui uma versão digital interativa do poema, que quebra a ordem cronológica apresentada no livro e cria uma nova experiência com a obra, permitindo milhares de formas de leitura diferentes. O texto foi elaborado dentro do espaço do Estratégias Narrativas, nas oficinas livres e no Ateliê de Escrita, assim como na pós-graduação em Escrita Criativa da PUC Minas. O processo de preparação foi uma experiência coletiva, mediada pela Laura Cohen, mas dividida por grupos diferentes de pessoas, entre todas as turmas que tiveram contato com o texto. "Foi um processo de edição que conversa bastante com um dos temas abordados no livro, a construção coletiva. A escrita não precisa ser solitária, e ganha muita força quando o processo é compartilhado com outras pessoas que escrevem junto". O projeto gráfico do livro é do Preto Matheus.
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Um filósofo, um rio, uma história quase sem história, de Luzia GontijoR$150.00Um filósofo, um rio, uma história quase sem história apresenta uma narrativa feita a partir das lembranças de uma narradora que passa temporadas de sua infância numa pequena cidade do interior de Minas Gerais. Já adulta, ela retorna a essa cidade e faz uma reflexão sobre o tempo e sua ação sobre as coisas e as pessoas, trazendo para a história o filósofo grego Heráclito e seu pensamento sobre a temporalidade e sobre tudo o que existe no universo. O projeto gráfico e as colagens de “Um filósofo, um rio, uma história quase sem história” são assinados por Rodolfo Rezende, que trouxe para a materialidade do livro o pensamento circular de Heráclito. O livro-objeto, em formato sanfona, tem 4 metros e meio de comprimento e duas capas, podendo ser lido em duas direções: de um lado, o texto; do outro, as imagens. Ao chegar no que se pensa ser o final do livro, podemos virá-lo e continuar a história, dessa vez sob a perspectiva das imagens.
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Tornei de Luanda um kota, de Ricardo AleixoR$80.00[FRETE INCLUSO] “Tornei de Luanda um kota”, de Ricardo Aleixo, fecha um ciclo iniciado, em 2015, com o livro “Impossível como nunca ter tido um rosto”, ao qual se seguiram “Anti Boi", de 2017, “Extraquadro", de 2022, e “Diário da encruza”, de 2023. O que aproxima esses títulos é a tentativa de tematização do contexto social e político brasileiro, sempre de uma perspectiva que funde à metalinguagem e à experimentação técnico-formal a pesquisa de cadências e timbres que remetem às poéticas africanas e afro-diaspóricas. Nesse novo livro, Ricardo Aleixo volta a responder pela confecção da imageria (capa e ilustrações), tal como nos livros de 2015, 2022 e 23, que serve de base para a elaboração do projeto gráfico, outra vez a cargo do designer e amigo do poeta, Mário Vinícius. Para Ricardo Aleixo “Tornei de Luanda um kota é o meu jeito de, nestes tempos sombrios, acender alguma luz, provocar alguma reflexão, tentar trocar a desesperança pelo 'princípio-esperança' de que falava o filósofo alemão Ernst Bloch ou, para afirmar, cantando em bom brasileiro, como cantaram Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, que 'o sol há de brilhar mais uma vez'."
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Jogo que jogo, de Marcelo DolabelaR$50.00[FRETE INCLUSO] Jogo que jogo traz 145 poemas de Marcelo Dolabela, distribuídos em nove séries, cobrindo décadas de produção do poeta mineiro. O livro, organizado pelo professor Gustavo Cerqueira Guimarães, poeta e editor que também assina o texto de apresentação, tem orelha assinada por Ana Martins Marques e posfácio de Wilbert Salgueiro. Marcelo Gomes Dolabela nasceu em Lajinha, Minas Gerais, em 1957, e faleceu em Belo Horizonte, capital do estado, em 2020, aos 62 anos. Sua estreia na literatura se deu em 1978, com os livros Através das paredes e Arte suor souvenir, e logo passou a ser uma referência no cenário artístico da capital mineira.
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Extracampo, de Breno Silva (org.)R$50.00[FRETE INCLUSO] EXTRACAMPO é um livro de ensaios que tensionam os campos instituídos da arquitetura e urbanismo, sociologia, comunicação social, literatura e crítica cultural, enquanto traçam sutis afinidades entre si. Organizado por Breno Silva (IFMG/Pós crítica-UNEB), que também assina um dos textos, o livro apresenta escritos dos seguintes autores: Álvaro Nunes (PUC-RS), Cícero Menezes (CEFET-MG/Unileste), Fabio La Rocca (Université Paul Valéry Montpellier 3), José Felix (Pós crítica-UNEB), Juremir Machado (PUC-RS), Philippe Joron (Université Paul Valéry-Montpellier 3), Vincenzo Susca (Université Paul Valéry -Montpellier 3), Washington Drummond (Pós crítica-UNEB). EXTRACAMPO é uma parceria editorial da Impressões de Minas, Fábrica de Letras (Pós crítica-UNEB) e o Laboratório de Tecnologias Sociais (IFMG-Santa Luzia).
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São José da Ventania, de Roberto B. de CarvalhoR$80.00[FRETE INCLUSO] As três novelas reunidas neste livro, embora independentes, se interligam no tempo e no espaço. Todas partem das histórias que o narrador, quando menino, ouvia da voz de Iná, a empregada da casa, disfarçando o impacto que aquelas narrativas produziam em sua imaginação infantil. Adulto, o narrador dá carne e alma às histórias ouvidas, tornando-se praticamente invisível para que suas personagens ganhem o primeiro plano e se movimentem sem sua intromissão. No texto de apresentação da obra, a jornalista Sheila Kaplan, doutora em estudos literários pela PUC-Rio, destaca as personagens femininas das narrativas: “São mulheres que, sob a aparente pasmaceira da vidinha no interior de Minas Gerais, protagonizam tragédias de estatura shakespeariana”. “É, assim, uma Minas trágica que respira nas páginas do livro”, conclui. Para a professora Sônia Queiroz, da Faculdade de Letras da UFMG, as narrativas de São José da Ventania são histórias de ouvir contar, buscadas na memória do menino que ouvia, e mesmo via, cenas da ventania varrendo o céu e o chão da cidade. “Na maturidade”, observa, “o escritor firma em letra de fôrma as narrativas vindas da voz, inscritas há muito tempo no seu corpo — memória”. A capa do livro traz imagem do artista Amilcar de Castro emoldurada em uma almofada tipográfica em baixo relevo, e o projeto gráfico é de Elza Silveira.
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Formigas, de Mário Alex RosaR$70.00O poeta Mário Alex Rosa não para de fazer suas peripécias. Depois do sucesso de Cosmonauta (Aletria, 2022), chega agora com as suas formiguinhas para trilhar mais outros caminhos: do céu para a Terra. O passeio se dá ao rés do chão numa caminhada para lá de cidades distantes e muito diferentes. Publicado pela extinta Cosac Naify (2012), Formigas sai agora pelo selo infantil Jubarte, da editora Impressões de Minas, que antes publicou o livro Casa, (2020), por enquanto esgotado. Formigas chega com ousado projeto gráfico, com surpresas dentro e fora do ninho das formigas. Por mais de um ano, toda a equipe trocou ideias e deixou nas mãos do excelente designer Mário Vinícius que, com seu rigor e sensibilidade, fez as formigas passearem nas páginas, nas letras, fazendo com que quase tudo virasse formigas-letras ou letras-formigas, sem falar na parte táctil em que as crianças e os leitores em geral vão se divertir. É exemplar o livro que Mário Vinícius criou para as formigas do poeta Mário Alex Rosa. Formigas é daqueles livros que tão cedo, assim esperamos, voltará para estantes, pois é um livro para ficar sobre as mesas e num piscar de olhos recomeçar a reler, a folhear suas páginas, brincar de seguir o caminho das formigas e, quem sabe, até colocar o dedo, como faz a “personagem” do livro.
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Recado para não chegar, de Luís NovaisR$55.00[FRETE INCLUSO] Segundo a poeta Nívea Sabino, que assina a orelha do livro, Recado para não chegar, de Luís Novais, instaura uma sucessão de silêncios. “Assim como um mensageiro que se distrai durante o percurso de entregar um recado, eu me pego levada pela palavra-corpo de Luís Novais e também me distraio. Guiada por cada página e ao que me soa ser um pedido, um pedido por pausas (...) O pai que por horas me visita, o filho, o homem, a tessitura da mulher. O poeta — este me inquieta com a palavra poética e a pouca pressa com a qual a sua poesia me visita. E fica! Prosa prazerosa. Habilidoso no trato de manejar as palavras, Luís Novais insere, com preciosa delicadeza, certa humanidade a cada faceta — imaginada ou que, quiçá se possa imaginar, do sujeito enquanto homem, enquanto negro (...) Desvela com a riqueza da simplicidade o que principia no corpo e ultrapassa os limites entre o nascer e o morrer. E firma no tempo um percurso ladrilhado e preenchido por singela poesia deixada em um recado para não chegar.”
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Estupidez, de Andityas MatosR$60.00[FRETE INCLUSO] Estupidez é o quarto e último livro de poesia da série Descantos d’escárnio e maldizer escritos por Andityas Matos entre 2019 e 2022. Nele, o autor se afasta das literatices e das escolinhas de Letras e se concentra na “coisidade” da palavra para nela encontrar um humor e um nonsense que não se confundem com a suposta “realidade”, mas a problematizam, tornando-a sujeita à dúvida, à crítica, ao riso corrosivo. Para além dessa camada crítico-política, trata-se de uma obra dedicada à memória em que o autor revisita Barbacena e suas loucuras, reencontra a pintura hierática e neobizantina de Paulo Matos, seu pai morto, confessa seu amor pelos gatos, relê em chave contemporânea a Odisseia de Homero, entre outras estupidezes menores, pessoais e inofensivas que contrastam com as estupidezes maiores e mortíferas dos poderes constituídos.
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Jamais escrevi isto, de André VillaniR$55.00[FRETE INCLUSO] Jamais escrevi isto, novo livro de poesias do autor mineiro André Villani, busca conectar passado e presente, intercalando poemas com vozes de figuras conhecidas e anônimas. De Van Gogh a Tupac, passando por Pizarnik e Pagu, até uma astuta sobrevivente do Titanic, o segundo livro de André Villani resgata aquilo que deixamos para trás como forma de imprimir novos significados e ruídos. Uma desilusão amorosa, homenagens equivocadas a um escritor argentino, guerrilhas latino-americanas e o mais belo recado até hoje gravado em uma secretária eletrônica são alguns dos temas explorados no livro. O projeto gráfico do livro, realizado pelo artista Preto Matheus, traz elementos comuns às correspondências escritas e enviadas à distância, como traços de selos e envelopes, e dialogam com os poemas-cartas, linguagem que materializa a escrita. A edição, publicada pela Impressões de Minas e feita em sua gráfica, ganhou impressão tipográfica, com tipos de madeira, no título.
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Poemas para ascender, de Tatiana BicalhoR$90.00[FRETE INCLUSO] “Poemas para ascender” é um livro-objeto, um livro-bloco com cola exposta de poesias e fotografias dentro de uma caixa, e junto com ele vem também um bloquinho de riscar poemas, um lápis-poema para escrever, um apontador, uma borracha para ser usada em caso de incêndio e uma caixinha de fósforos personalizada. Segundo Eliza Caetano, que assina o prefácio do livro, “O fósforo que não ascendeu é um jardim de delícias e lemos os poemas um pouco lacônicos com esse prazer de ascender um fósforo, ouvir o som e sentir nos dedos o risco na lateral da caixa, olhar a chama aumentar, o palito entortar, sentir o calor nos dedos e só soprar quando ficar insuportável. Esse é mesmo um momento de silêncio — não é possível olhar outra coisa acontecer ou terminar uma frase. • As imagens das caixas de fósforo, “instantes fotográficos”, vêm assim, parece que para guardar esse silêncio. Não à toa se intensificam à medida que a leitura avança. Uma vez que começamos, é difícil parar de acender os fósforos, seguimos riscando mais e mais rápido. O livro vai ardendo em nossas mãos.”
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Dá Pé, de Luísa BahiaR$52.00[FRETE INCLUSO] "Lembretes para corpos avoados, poemas gordos para vozes emocionadas, testes e outras jogatinas para as almas aritméticas", é assim que a artista Luísa Bahia apresenta o seu livro ao leitor. Em “Dá Pé”, a artista e educadora congonhense traz diferentes tipos de poemas que subvertem a forma lírica habitual, apresentando-se como múltipla escolha, listas, mini contos, desenhos e haikus. Iniciado no período da pandemia e finalizado em 2023 após uma itinerância de Luísa por diversas cidades do Brasil (Salvador-BA, Alter do Chão-PA-Amazônia, Milho Verde-MG, dentre outras) o livro foi escrito em movimento, entre leituras, andanças, meditações, cantos, conversas e rituais. A poética da autora é atravessada pela sua experiência com o teatro, a música, a dança e suas investigações sobre a espiritualidade, o feminismo, a educação e os trânsitos e transformações da própria vida. São referências para a criação, escritores como: Yoko Ono, Pablo Neruda, Adriana Falcão, Letrux, bell hooks e Antônio Simas. A publicação conta com diagramação de Filipe Lampejo e projeto gráfico deste, em parceria com Vinícius Souza. Déa Trancoso é quem assina a orelha do livro. A artista e pesquisadora compara Luísa a Michel Foucault dizendo que assim como o filósofo, a escritora cria "uma genealogia de imagens que colam na retina, e de conceitos que pulam a cerca e vão parar dentro do coração, querendo, a todo custo, atravessar nossa alma". (Fotos do livro: Alexandre Hugo)