[FRETE INCLUSO]
o eu etílico de Jovino Machado
está ali
na trilogia de ateu
ator
e à toa
bebendo no malleta com seu jeito
bêbado de Ser
olhando o mundo
girar
cambalear sabendo que a vida é
neblina tropeçando
o leitor na trapaça
porque Jovino Antônio Rabelo Machado escreve em casa, sóbrio, comendo pamonha, ousando inventar a cerveja, sendo ateu de muitos deuses, sendo ator de muitas peças e taças e tintos, sendo à toa no verso enquanto se dedica à leitura de dante alighieri, rindo do riso de quem não entendeu que a verdade está no vinho e o
poeta é
um
eu etílico trino
que bebe tão completamente
que chega a fingir que é vinho
o vinho que deveras mente
na missa
na música
nas noites
brumas do cenário de papel a fumaça dissolve o retrato do bêbado enquanto o artista de fígado e osso é aquele que avança titubeante e construindo com destilada lucidez uma poética mística erótica, solvendo Leminskis & relaxos, diluindo no seu sangue românticos, modernistas e marginais, sambando aos goles dessa modernidade cada vez mais líquida, porque tudo que é sóbrio se desmancha
no bar
(Texto de Rafael Fava Belúzio para o posfácio do livro)
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