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Urubu, de Emilia MendesR$60.00[FRETE INCLUSO] Composta por duas partes que trazem textos poéticos e fotopoemas, o livro “Urubu” da poeta Emilia Mendes, trava uma reflexão sobre aquilo que elegemos socialmente como aceitável ou pária para alguns. A figura do urubu torna-se uma metáfora de um tempo de entendimento às avessas que temos vivenciado.
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Dicionário de Imprecisões, de Ana Elisa RibeiroR$60.00[FRETE INCLUSO] Segunda edição revista e ampliada. O que diz um dicionário sobre as coisas do mundo, sobre tudo e sobre o indescritível? A resposta a esse tipo de questão pode muito bem estar em um livro de poemas, que não tem, a rigor, o compromisso de definir ou descrever com precisão. E quem disse que os dicionários alcançam esse intento, afinal? Dicionário de Imprecisões é o oitavo livro solo de poesia de Ana Elisa Ribeiro, autora também de Álbum (Relicário, 2018, Prêmio Manaus), Xadrez (Scriptum, 2015) e Anzol de pescar infernos (Patuá, 2013, semifinalista Portugal Telecom). Provocada por situações reais de consulta a dicionários, a autora compôs um imprevisível e impreciso volume, com palavras aleatórias, das mais substantivas às mais abstratas, como saudade ou pelo, por onde passeia sem cerimônia, hibridizando gêneros discursivos, confundindo e ironizando significados possíveis e as classes de palavras, sem deixar de tocar em temas micropolíticos e sociais. Este Dicionário, que certamente confundiria também livreiros mais distraídos, é editado pela Impressões de Minas, dentro do selo Leme, com o apuro gráfico-visual que somente um livro semiartesanal poderia apresentar. A segunda edição do livro, com tiragem numerada, ganhou novos papéis na capa e no miolo, e a cor azul foi substituída pelo roxo. Além disso, dois novos poemas entraram na lista dos verbetes. O design gráfico é de Elza Silveira e as ilustrações, em nankin, são de Wallison Gontijo. Sem paratextos convencionais, este Dicionário se apoia na solitude dos livros para serem consultados, sem serem totalmente lidos, se for o caso.
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Princípios de cartografia, de Luis Alberto BrandãoR$58.00[PRÉ-VENDA] [FRETE INCLUSO] No livro Princípios de cartografia e outros poemas, do escritor e professor da UFMG Luis Alberto Brandão, os espaços se abrem à palavra poética, que é também desenho, partitura de música e silêncio, dança de sentidos, imagem fotográfica e arquitetônica, roteiro de sensações. Composto de quarenta e nove poemas e dezenove fotografias, o livro se divide em quatro partes. A primeira, “Princípios de cartografia”, busca delimitar e ultrapassar territórios vitais. Os poemas são mapas móveis, os versos são séries que o olhar pode compor em múltiplos arranjos. Na segunda parte, “Clareiras do desejo”, os espaços do corpo, com seus ritmos e arritmias, são tocados e sonhados: nudez, memória, arrebatamento e timidez, promessas e vertigens, jeitos de querer e viver. Na terceira parte, “Brasiliana [improváveis legendas]”, fotos e poemas indagam ambivalências da cultura brasileira. Carnaval e ruína? Precariedade e alegria? Passados apagados? Qual miragem concretiza o espaço-Brasil? Na última seção, “Gostar de dizer”, o foco é o espaço da escrita. Verbal e transverbal, a grafia poética se revela um prumo inquieto, horizonte de encontros, campo de possíveis e impossíveis.
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Recado para não chegar, de Luís NovaisR$55.00[FRETE INCLUSO] Segundo a poeta Nívea Sabino, que assina a orelha do livro, Recado para não chegar, de Luís Novais, instaura uma sucessão de silêncios. “Assim como um mensageiro que se distrai durante o percurso de entregar um recado, eu me pego levada pela palavra-corpo de Luís Novais e também me distraio. Guiada por cada página e ao que me soa ser um pedido, um pedido por pausas (...) O pai que por horas me visita, o filho, o homem, a tessitura da mulher. O poeta — este me inquieta com a palavra poética e a pouca pressa com a qual a sua poesia me visita. E fica! Prosa prazerosa. Habilidoso no trato de manejar as palavras, Luís Novais insere, com preciosa delicadeza, certa humanidade a cada faceta — imaginada ou que, quiçá se possa imaginar, do sujeito enquanto homem, enquanto negro (...) Desvela com a riqueza da simplicidade o que principia no corpo e ultrapassa os limites entre o nascer e o morrer. E firma no tempo um percurso ladrilhado e preenchido por singela poesia deixada em um recado para não chegar.”
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Jamais escrevi isto, de André VillaniR$55.00[FRETE INCLUSO] Jamais escrevi isto, novo livro de poesias do autor mineiro André Villani, busca conectar passado e presente, intercalando poemas com vozes de figuras conhecidas e anônimas. De Van Gogh a Tupac, passando por Pizarnik e Pagu, até uma astuta sobrevivente do Titanic, o segundo livro de André Villani resgata aquilo que deixamos para trás como forma de imprimir novos significados e ruídos. Uma desilusão amorosa, homenagens equivocadas a um escritor argentino, guerrilhas latino-americanas e o mais belo recado até hoje gravado em uma secretária eletrônica são alguns dos temas explorados no livro. O projeto gráfico do livro, realizado pelo artista Preto Matheus, traz elementos comuns às correspondências escritas e enviadas à distância, como traços de selos e envelopes, e dialogam com os poemas-cartas, linguagem que materializa a escrita. A edição, publicada pela Impressões de Minas e feita em sua gráfica, ganhou impressão tipográfica, com tipos de madeira, no título.
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Extremamente barulhentos certos assuntos, por exemplo, de Pedro BombaR$55.00[PRÉ- VENDA] [FRETE INCLUSO] De título grande e tortuoso, o “Extremamente barulhentos certos assuntos, por exemplo” de Pedro Bomba, ganha sua segunda edição com poemas, capa e projeto gráfico inéditos. Com orelha de Adriane Garcia e quarta capa de Tarso de Melo, o livro apresenta, nas palavras de Garcia, “uma poesia viva, inquieta e inquietante” da qual “nada deve ser perdido: no encadeamento dos versos e sentidos, a surpresa, o alumbramento, o susto se tornam parte da leitura. É uma poesia amorosa e, sobretudo, revolucionária.” A segunda edição de "Extremamente barulhentos certos assuntos, por exemplo" possui projeto gráfico de Elza Silveira e faz parte da Coleção Ouvido Falante.
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origem-destino, de Alícia Duarte PennaR$55.00[FRETE INCLUSO] Divididos em 3 partes, os 63 poemas de origem-destino constituem uma espécie de antologia feita com cuidado pela própria autora. Note-se que no título (o mesmo do poema que fecha o livro, que se abre com o poema “Crio vésperas”), as palavras “origem” e “destino”, grafadas em letra minúscula, são aproximadas por um hífen. Trata-se não de uma determinação, tampouco de um claro começo e de um claro fim daquilo que se passa numa vida ou no período de uma vida em que um livro é gestado. Juntas, as duas palavras formam uma só, num embaralhamento do tempo: dele, tempo, vamos nos assenhorando a cada ato, que é tanto herança quanto projeto. Criamos vésperas. Se a chegada tão aguardada desse livro revela a duração do tempo próprio da poesia de quem o escreveu, é dentro dessa mesma duração que se dá nossa leitura, entre os poemas mais intimistas e aqueles em que cinematograficamente somos deslocados por cenas e cenários junto a personagens que, reais ou fictícios, passamos a conhecer. No belo poema “Gráfica”, por exemplo, somos chamados ao encontro entre trabalhadores – João, Cláudio, Moringa e Paulo, mas também a poeta – durante a fabricação de um livro. Afinal, a quem se destina tudo isso, se não a nós, leitores, contactados, tornados seus cúmplices? Quem estiver lendo este potente origem-destino logo perceberá que Alícia Duarte Penna parece querer mais do que conversar em voz baixa, como se em segredo, conosco: seus poemas nos são diretamente entregues. Mário Alex Rosa, num dos posfácios deste novo livro de Alícia, nota seu cuidado de aparar cada verso, tanto nos poemas mais narrativos quanto naqueles curtíssimos que o compõem. Teodoro Rennó, por sua vez, salienta que a narradora-poeta impõe-se ora muito próxima da fala, ora segundo versos sintaticamente elaborados. Entre seu tom quase confessional e seu desafiador distanciamento, que somente atrai, Alícia Duarte Penna traz o “seu” leitor para esse universo que só a grande poesia consegue criar. origem-destino foi organizado durante o período de maior isolamento durante a pandemia de COVID 19. Sua proposta original, com o que se pretendia aproximar poeta e leitores, conserva-se no produto final, cuidadosamente manufaturado pela Impressões de Minas, com projeto gráfico de Elza Silveira, inspirado em antigos cadernos e livros colecionados pela autora. origem-destino traz, ao seu final, três qrcodes pelos quais se pode acessar os áudios de cada um dos subconjuntos de poemas, na voz da autora.
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Feita de osso, Lizandra MagonR$55.00[FRETE INCLUSO] Composto por cinco partes - Berço, Primeiros voos, Young adults, Balzaca e Maturidade - "Feita de osso", novo livro de poemas da escritora Lizandra Magon, nos permite transitar pelo percurso de vida de uma mulher que se reinventa e renasce de si inúmeras vezes. Em "Feita de osso" , iniciamos a leitura pelas recordações da infância marcada por expectativas familiares para, em seguida, adentrarmos os primeiros voos da poeta, guiados pelos desejos inscritos no corpo. Assim seguimos por todo livro, conhecendo as outras partes desse corpo-mulher, tornando complexa, uma poesia composta de sensualidade, tesão, cura, vontades, feridas, carne e osso.
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A fantástica fábrica de machosR$55.00[FRETE INCLUSO] Capitão Brazil, Coronel Azeitona, Sargento Boca Rota e Tenente Garboso são alguns dos dez personagens que o artista Fernando Siqueira escreveu e ilustrou em seu mais novo livro intitulado “A fantástica fábrica de machos”. Nas histórias que mais lembram contos de fadas às avessas, cada personagem é uma caricatura: homens atormentados por delírios heroicos e viris capazes de cometer façanhas das mais grotescas e absurdas. Os personagens de “A fantástica fábrica de machos” são homens, em sua maioria, encobertos por patentes militares, investidos pelo poder que os encoberta e revestidos de uma erótica que os aniquila. Segundo Luiz Morando, pesquisador LGBTQIA+, os personagens do livro são “movidos à ironia, humor ácido e uma refinada camada de impotência, (é assim que) esses personagens desfilam suas vulnerabilidades e fraquezas”, afirma Luiz que assina a quarta a capa do livro. O humor e a sátira – elementos marcantes da obra – estão por toda parte, desde os textos que assumem uma linguagem simples com versos rimados até as ilustrações que apresentam homens másculos em aventuras falocêntricas. Em resumo sobre o que o leitor encontrará no livro, o autor sintetiza: “são histórias infames para rir e se enfurecer e depois rir outra vez.”, afirma Fernando Siqueira.
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Faca n’água [fragmentos de panela], de Laís VellosoR$55.00[FRETE INCLUSO] “Tudo começa pela abertura da boca; isso também é um corte. E uma cicatriz”. É através das relações entre o faminto, a comida e os gestos da comidaria, que a poeta, artista e pesquisadora Laís Velloso, traz em seu “Faca n’água [fragmentos de panela]” poemas que tratam sobre as quebras, a fome, as ausências, os esvaziamentos que acontecem diante do prato, da boca, do abraço. É esse o motivo da repetição, da interrupção, do fragmento, da pergunta sobre a impermanência das relações, do alimento, do comer e do cozinhar. Composto por 24 poemas e ilustrações da artista Rachel Leão, “faca n’água” reflete sobre todo o conjunto de elementos que rodeiam a comida: o ato de comer, o ato de mastigar, o corte, a saliva, os dentes, a fome, o estômago.
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Menos ainda, de Ana Elisa RibeiroR$55.00[FRETE INCLUSO] O que faz uma poeta? Em Menos ainda, novo livro da poeta e escritora Ana Elisa Ribeiro, encontramos diversas respostas para essa pergunta. Com humor e ironia, Ana Elisa apresenta quarenta poemas que tratam sobre temas contemporâneos através do olhar e terreno do gênero feminino da poeta, contrapondo, por vezes, o universo literário historicamente feito por homens. Em Menos ainda, Ana Elisa Ribeiro também apura a metalinguagem em seus poemas para tratar sobre assuntos que envolvem o mundo dos livros e da edição. Segundo Patrícia Lavelle, poeta e professora da PUC-Rio, “os estereótipos, discriminações e silenciamentos, obstáculos que cercam as trilhas desbravadas pelas poetas, são tematizados com perspicácia, humor e conhecimento de causa, afinal, além de poeta, Ana Elisa Ribeiro é pesquisadora e autora de ensaios sobre a atuação de mulheres no mercado editorial”, afirma a professora que assina o posfácio do livro. Ao fazerem a leitura do livro Menos ainda, as leitoras e leitores encontrarão – além do humor e da crítica refinada dos poemas – dois materiais extras que complementam as reflexões da autora sobre o ofício de ser poeta. Ao final do livro, na orelha, há a “Ficha do Hotel Onde se Hospeda a Poeta” e a “Carteira de Trabalho”, ambos releituras cômicas de documentos oficiais (ou quase oficiais) que jogam e ri de si sobre a inadequação, por assim dizer, apontada à profissão de poeta. Com detalhes em relevo na capa e bolso artesanal na orelha do livro, Menos ainda traz elementos que acompanham as artimanhas poéticas da escritora.
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Dá Pé, de Luísa BahiaR$52.00[FRETE INCLUSO] "Lembretes para corpos avoados, poemas gordos para vozes emocionadas, testes e outras jogatinas para as almas aritméticas", é assim que a artista Luísa Bahia apresenta o seu livro ao leitor. Em “Dá Pé”, a artista e educadora congonhense traz diferentes tipos de poemas que subvertem a forma lírica habitual, apresentando-se como múltipla escolha, listas, mini contos, desenhos e haikus. Iniciado no período da pandemia e finalizado em 2023 após uma itinerância de Luísa por diversas cidades do Brasil (Salvador-BA, Alter do Chão-PA-Amazônia, Milho Verde-MG, dentre outras) o livro foi escrito em movimento, entre leituras, andanças, meditações, cantos, conversas e rituais. A poética da autora é atravessada pela sua experiência com o teatro, a música, a dança e suas investigações sobre a espiritualidade, o feminismo, a educação e os trânsitos e transformações da própria vida. São referências para a criação, escritores como: Yoko Ono, Pablo Neruda, Adriana Falcão, Letrux, bell hooks e Antônio Simas. A publicação conta com diagramação de Filipe Lampejo e projeto gráfico deste, em parceria com Vinícius Souza. Déa Trancoso é quem assina a orelha do livro. A artista e pesquisadora compara Luísa a Michel Foucault dizendo que assim como o filósofo, a escritora cria "uma genealogia de imagens que colam na retina, e de conceitos que pulam a cerca e vão parar dentro do coração, querendo, a todo custo, atravessar nossa alma". (Fotos do livro: Alexandre Hugo)
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Tudo o que me esperou na esquina, de Patrícia TanuriR$50.00[FRETE INCLUSO] “Tudo o que me esperou na esquina”, de Patrícia Tanuri, com ilustrações de Glória Celeste Rodrigues Tanuri, foi escrito durante a pandemia de COVID-19. O livro apresenta um mergulho nas memórias da autora, trazendo temas como os afetos e a infância, passado, presente e futuro, além de uma reflexão sobre o ser humano diante daquele contexto de vulnerabilidade da vida. Segundo Patrícia, “Tudo o que me esperou na esquina” evidencia uma mistura de fatos, cheiros, sabores e percepções, desvelando como as minhas lembranças me construíram, e me constituíram para fazer parte de um mundo em constante e contínua mudança”. Ana Elisa Ribeiro, que assina a orelha do livro, afirma: "São matéria da poesia de Patrícia: o tempo, incluindo a observação do envelhecimento, desde que também sem medo; a reflexão serena sobre a vida; o olhar para si e para os entes queridos, em especial a família e o cuidado; a memória, a infância e a maturidade. E é essa mulher madura que empresta seu tom aos textos que temos o prazer de ler aqui, isto é, uma mulher verdadeira, honesta consigo e com os outros, sem artifícios; uma mulher que se olha no espelho para classificar suas rugas, seus sorrisos, seus olhares e suas sombras, admitindo inseguranças e aprendizados. Mais de uma vez, esta voz poética se afirma: “o melhor de mim é ser mulher”. E assim como está aberta à vida, está disponível para o amor: “Todo amor é bússola”."
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Jogo que jogo, de Marcelo DolabelaR$50.00[FRETE INCLUSO] Jogo que jogo traz 145 poemas de Marcelo Dolabela, distribuídos em nove séries, cobrindo décadas de produção do poeta mineiro. O livro, organizado pelo professor Gustavo Cerqueira Guimarães, poeta e editor que também assina o texto de apresentação, tem orelha assinada por Ana Martins Marques e posfácio de Wilbert Salgueiro. Marcelo Gomes Dolabela nasceu em Lajinha, Minas Gerais, em 1957, e faleceu em Belo Horizonte, capital do estado, em 2020, aos 62 anos. Sua estreia na literatura se deu em 1978, com os livros Através das paredes e Arte suor souvenir, e logo passou a ser uma referência no cenário artístico da capital mineira.
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Flores em escombros, de Roger de AndradeR$50.00[30% DE DESCONTO ] [FRETE INCLUSO] Micheliny Verunschk, na orelha de Flores em escombros, afirma: "O que pode uma flor contra a ruína? Antes de responder a essa pergunta, é preciso ter em vista duas coisas: a primeira é que, embora das frestas de toda ruína nasçam plantas em profusão, matinhos com suas flores, avencas com seus brotos perscrutando o mundo, a flor é a antirruína por princípio, a flor é o princípio da restituição da vida; a segunda é que a ruína é o dejeto do humano, aquilo que é gerado e engendrado pela nossa atração pelo terrível. Isso posto, chegamos a esse Flores em escombros, livro de poesia de Roger de Andrade, poesia em diálogo de espanto para com esse mundo esfacelado que nos é legado pelas políticas de destruição da beleza e da alteridade, o mundo que é deixado de herança pelo Antropoceno e pela sua garra mais feroz, o Capitalismo Neoliberal. Dividido em quatro partes (a saber, “The Waste Land, Reloaded”, “Líricas de Desejos”, “Abecedário Amoroso” e “linguaviagens”), Flores em escombros tece com maestria uma cartografia das paisagens em dissolução sem, no entanto, ignorar as frestas pelas quais o novo viceja: o corpo e os afetos em seus territórios, as circunvoluções da língua (que é também corpo que se projeta para o mundo). A voz poética anuncia essa adesão à esperança apesar das brutalidades dos regimes totalitários, das pandemias, das fissuras: “Não faço poema ruguento/ quinem xexelento (...) chucho um cadinho de vida (se tiver) no encardido desgramado”, diz em “Elegia (Novo?) Milênio”. Nessas fricções e embates da linguagem, a poética de Roger de Andrade se põe a caminho estabelecendo diálogos com o sertão de Guimarães Rosa e as veredas de pedra de Drummond, ao mesmo tempo em que se abre para outras experimentações, outras formas de habitar mundo e temporalidades."
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Terra sob as unhas, de Júlia ElisaR$50.00[FRETE INCLUSO] Terra sob as unhas é o primeiro livro de Júlia Elisa. Nele, a autora expressa seu desejo de ter na poesia um dispositivo de criação de um idioma devido à sensação de insuficiência da linguagem. São poesias que valorizam a sutileza de um cotidiano que, ao mesmo tempo em que parece banal, é a máxima subjetivação possível para um corpo de uma mulher negra, sistematicamente inserido nos locais do servir, e comumente confundido num local da serviência. Para a escritora Conceição Evaristo, que assina o prefácio do livro, "o efeito convocador, sedutor, dos poemas de Júlia Elisa, se localiza na linguagem. Tamanha é a preocupação, o cuidado e a consciência da poeta com o material para construção de sua escrita poética. Em vários poemas, a língua, como idioma imposto, histórico da colonização, é criticada, assim como a língua, a palavra, realização humana, é reconhecida como impotente, incapaz de traduzir a vida e seus mistérios. A língua é uma demanda a instaurar demandas, pode-se ler assim o fazer poético de Júlia Elisa". Editado pela Impressões de Minas e pelo selo Ouvido Falante – responsável pela publicação de diversos poetas brasileiros oriundos da tradição da poesia falada – o livro apresenta 41 poemas divididos em três partes: "arenosa", "argilosa" e "terra preta". A classificação de acordo com os tipos de solo e terra é o eixo condutor que orientou a autora na leitura de sua escrita. Segundo Júlia Elisa, "haviam poesias que arranhavam, criavam algum atrito, então chamei elas de arenosa. No meio, sinto que há poesias argilosas, como o próprio nome diz, elas escorregam um bocado, são sinuosas, até macias, mas que podem confundir. Por último, chamei de terra preta, também conhecida como a mais orgânica. Ali, estão as poesias de tudo aquilo que há de mais vívido, fértil e, por assim dizer nesta obra, preto. Como o amor, o erótico, o desejo, a natureza e tudo mais que puder ser sentido num solo cheio de matéria orgânica, que só existe dada o caráter cíclico de tudo aquilo que é vivo e, por ser vivo, também morre, transmuta e se transforma."
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A barca inacabada, de Júlia ArantesR$50.00[FRETE INCLUSO] "Como escrever o fracasso? Como não apenas falar dele, mas também colocá-lo na forma, na sintaxe, na costura do livro, na fibra do papel? Desejava escrever a ruína com letras de destroços, com verbos de escombros, com a tinta dos sargaços". Em "A barca inacabada", Júlia Arantes reúne 36 peças curtas que se alternam e se misturam com cenas breves, microensaios e esboços de parábolas para assumir uma literatura "que nunca para de acabar". Segundo Luís Alberto Brandão que assina a prefácio do livro, "há, em 'A barca inacabada', flagrantes narrativos em que o fascínio por ações e objetos rotineiros não esconde o cansaço que produzem em quem os vivencia. Quando o tom ensaístico predomina, uma voz em princípio neutra assevera generalizações que acabam desembocando na dúvida quanto à neutralidade e à validade de regras gerais". Com ilustrações da artista Júlia Panadés, "A barca inacabada" ergue o fracasso como uma espécie de "alento, de alísio, de vento que sopra as velas das ideias, das sensações, das palavras-e-silêncios que as transportam".
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Algo, de Carlos Augusto NovaisR$50.00[FRETE INCLUSO] Ocupando a confluência das tensões entre vanguarda artístico-poética, comunicação e participação política, o poeta Carlos Augusto Novais, apresenta em “Algo”, poemas publicados em jornais, revistas e diversas outras plataformas, enaltecendo a poesia em seus diferentes campos de experimentação.
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Corpo Sonoro & Sound Body, de Igor R. ReynerR$50.00[FRETE INCLUSO] "Quando li a dedicatória de Corpo Sonoro, não entendi muito bem o sentido em se agradecer aos pais pelo sacrifício. Mas, como toda dedicatória, essa é também uma parte do livro: seu coração. Relendo os poemas, entendo finalmente que há uma ideia obscura de sacrifício percorrendo os versos. Corpo Sonoro é a poesia de um câncer, de uma prática musical, do amor e da própria escrita — e todos os sacrifícios que envolvem esses ofícios. O sacrifício é uma perda voluntária, em que através da magia e da imolação, há uma troca: o quimioterápico vermelho pelos cabelos, a voz de um rapaz por saliva e sêmen, a morte dos cupins pela integridade do piano. Até mesmo Deus é sacrificado — com humor, expondo uma pergunta quase infantil sobre a vida e a morte de um idoso, sugere-se que ele se torne um síndico, o que, sabemos, é mais um sacrifício. Para viver em duas línguas, como vive esse livro, algo se sacrifica. Os poemas não existem em inglês e português como tradução, mas dotados de uma dupla vida. Em espaços diferentes, tornam-se sempre estrangeiros. Também a beira da morte é estrangeira, um não-lugar, este que se ocupa tanto quando se trata uma doença como quando se escreve. E, assim como as palavras mágicas em torno do sacrifício, existe algo de enigma nos poemas, às vezes imagens saturadas de adjetivos, cores e hertz, excesso de corpo, relações de crescimento e encarnação, tumores e seus exames cegos. O livro termina seu percurso no centro, no poema “Repouso”, onde há na mesa de trabalho vários imperativos que instruem um fim. Atirar o livro de poemas ao tanque do sacrifício, todo corpo sonoro, para nós." (Texto de Laura Cohen Rabelo para a orelha do livro).
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Árvore Nômade (segunda edição), de Rafael FaresR$50.00[FRETE INCLUSO] Árvore nômade é um livro dedicado às árvores e aos povos indígenas, e à relação entre eles. Composto por algumas dezenas de poemas, é uma pequena exposição do que o autor chama de uma poética da paisagem, da terra. No livro, além das impressões das palavras, estão presentes as ilustrações de diversos artistas plásticos que se dedicam às árvores e aos modos de ver os mundos em suas obras plásticas: Leonora Weissmann, Nila Guarani Kaiowá, Humberto Mundim e Jaider Esbell. A segunda edição traz novos poemas e texto de apresentação de Maria Inês de Almeida.